COLLECTOR OF LIFE - SPLINTERLANDS STORY PT/EN

CRIANDO UMA HISTÓRIA

Acompanhar a jornada do herói sempre é algo muito emocionante e cheio de aventuras intensas, mas em Splinterlands existem muitas criaturas que não são "heróicas".

Mas que tal acompanharmos a flagela caminhada de um ser "morto" que simplesmente não consegue deixar de viver? A história de hoje será sobre Kiro, mais conhecido como o Lich Antigo, falando sobre sua eterna busca pela morte.

As constantes tempestades de areias do Deserto de Dugazi tornava sua travessia extremamente lenta e perigosa. Muitos já morreram tentando atravessá-lo, mas existia uma criatura que simplesmente não conseguia morrer... Utilizando seu imenso cajado como apoio após cada passo, um ser esquelético vestindo longos trapos que outrora foram uma túnica nobre caminhava pelo deserto, vagando sem nenhum destino ou objetivo.

A areia esvoaçante impedia qualquer um de manter os olhos abertos, mas o velho Lich não tinha esse problema pois ele não possui globos oculares.

O Lich já havia perdido completamente qualquer noção de distância e tempo, não fazendo ideia de quantos anos já haviam se passado em suas andanças pelo deserto. Ao observar um rochedo peculiar com um formato triangular muito liso, Kiro começou a andar em sua direção guiado pela leve curiosidade.

Ao se aproximar percebeu que não se tratava de um rochedo, mas sim do topo de uma antiga estrutura que agora estava totalmente coberta pelas areias do deserto. Depois de muito tempo o Lich sentiu um leve desejo, algo que ele já não sentia à décadas de existência. A curiosidade de descobrir aquela ruína e desvendar se ainda havia algo lá começou a percorrer sua mente.

Agarrando o cajado com ambas as mãos, ele ergueu seus braços esqueléticos e começou a canalizar a magia obscura que impregnou em seu corpo ao ter participado de um ritual milhares de anos atrás.

A energia concentrada começou a criar inúmeros crânios voadores que se aglomeraram serpenteando no ar deixando um agouro que afastava até mesmo a tempestade de areia. Ao bater o cajado no chão as caveiras atingiram com tudo o solo e destruíram completamente o topo daquela pirâmide soterrada, abrindo caminho para que o Lich pudesse entrar na estrutura.

Com o rompimento da estrutura a areia começou a escorrer para dentro da pirâmide. O Ancião simplesmente saltou sem nenhum receio pois já não tinha temores, atingindo o solo fofo formado pela aréia que havia entrado pela nova rachadura.

O lich olhou ao redor e percebeu que aquela estrutura era bem antiga, possuíndo diversas gravuras em suas paredes internas. Ele começou então a vagar mais a fundo pelo lugar, abrindo caminho com sua magia que simplesmente devastava tudo que encontrava pela frente. Em um dos corredores encontrou inscrições de um dialeto antigo, porém ele sabia, afinal, quem poderia ser mais velho que um Lich com milhares de anos?

“Na escuridão da alma existe uma magia forte, uma magia eterna com o poder de te salvar dos problemas dos vivos.”

Kiro conhecia aquela frase, pois ela fez parte do ritual que o tornou em um ser incapaz de morrer. O Códice das Trevas foi criado pelo próprio Senhor das Trevas, visando espalhar o poder da morte como se fosse a única salvação para os vivos.

A partir daquela frase Kiro sabia que aquela construção serviu para algum propósito do Senhor das Trevas, seja para criar, cultuar ou espalhar suas crenças deturpadas, mas na esperança de talvez encontrar algo que pudesse acabar com sua tortura ele continuou adentrando nas ruínas.

A luz do sol já não alcançava os corredores, mas mesmo a escuridão completa era incapaz de fazê-lo deixar de enxergar, pois sua visão era criada pela magia, garantindo-lhe benefícios que nenhum outro humano poderia ter. Em lugares assim o melhor que se pode ouvir é o silêncio, mas Kiro conseguia escutar alguns barulhos esquisitos mas familiares... Talvez ossos se batendo...

O Lich posicionou seu cajado à frente do corpo e continuou avançando, preocupado com que tipo de criatura ele poderia se deparar. Ao adentrar em um salão mais amplo ele pôde avistar uma horda de esqueletos se levantando do chão, tendo seus ossos juntados por alguma magia negra que parecia estar sendo ativa naquele momento. Esta era a primeira vez em muito tempo em que Kiro avistara outros seres mortos-vivos.

As criaturas começaram a avançar em sua direção. Alguns desarmados, enquanto outros seguravam pás, picaretas e até arco e flecha. Aqueles deveriam ser os homens que outrora trabalharam em prol da magia negra e que ficaram fadados à morrerem soterrados, mas amaldiçoados à sobreviver neste limbo entre a vida e a morte.

Kiro elevou seu cajado e fez um movimento circular, criando uma enorme energia negra com inúmeros rostos disformes surgindo e seguindo o movimento do seu cajado. Conforme os esqueletos iam se aproximando o Lich disparava sua magia contra eles, lançando-os longe e fazendo seus ossos estourarem ao bater nas paredes do salão, mas eles voltavam a se recostruir e a avançar...

O Lich sentia dentro de si que ele poderia fazer algo mas ainda não sabia o que. Ele simplesmente recebeu esses poderes mas nunca aprendera realmente a como utilizá-los. Se vendo cada vez mais cercado o Lich Antigo decidiu fugir!

Ele correu sem saber qual destino tomar, adentrando cada vez mais profundamente na pirâmide enquanto buscava por um lugar seguro. Conforme corria o barulho ecoava por toda a construção, despertando cada vez mais e mais mortos-vivos.

Kiro permaneceu correndo até que entrou em uma sala sem saída e quando foi dar meia volta já havia uma horda cobrindo a passagem. Ele finalmente estava totalmente cercado. Tudo que restava era se render ao poder que ele mais odiava, e assim o fez.

O Lich controu sua magia obscura e disparou um feixe fantasmagórico de coloração roxa na direção dos esqueletos. O feixe os atravessou completamente como se não os atingisse, porém o golpe foi letal. A magia perfurou completamente o âmago da vida contida naqueles amontoados de ossos, fazendo com que essa energia vital começasse a ser sugada e absorvida pelo Lich Ancião.

Conforme a essência de vida foi adentrando em seu corpo, Kiro começou a entrar em extase com aquela sensação, um sentimento de puro prazer tomou de conta de todo o seu corpo. Depois de milênios Kiro finalmente se sentiu vivo novamente, e agora ele conhecia o poder de sugar a energia vital de outros seres.

Dois dias completos se passaram e enfim o Lich saiu de dentro da pirâmide. Seus passos outrora fracos e o olhar perdido não mais existiam. De lá saiu um ser envolto de poder e orgulho. Kiro finalmente havia encontrado um novo motivo para viver: sugar a vida de todos os seres de Splinterlands. O antigo título de "O Colecionador" finalmente começaria a ser ouvido novamente pelas pessoas, mas agora ele seria chamado de O Lich colecionador de vida.

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